Economistas consultados pelo Banco Central também elevaram projeções para o PIB, que deve saltar de 0,90% para 0,96%
O mercado brasileiro estima que haverá crescimento da inflação no Brasil. A estimativa é que o O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador que mede a inflação no País, deve terminar este ano em 6,04%, ante os 6,01% da semana passada. É o que apontam as projeções feita por analistas de mercado.
É a quarta alta consecutiva. Para 2024, 2025 e 2026, as projeções foram mantidas. É o que informa o Boletim Focus, do BC (Banco do Brasil), divulgado nesta segunda-feira (24). O relatório Focus faz o resumo das estatísticas calculadas a partir de expectativas do mercado coletadas até a sexta-feira anterior à divulgação, que é feita sempre às segundas-feiras.
Já para o PIB (Produto Interno Bruto), a estimativa também subiu, para 0,96%. De acordo com o CMN (Conselho Monetário Nacional), a meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com intervalo de tolerância de um ponto percentual para mais ou para menos. Assim, haverá cumprimento da meta se esta ficar entre 1,75% e 4,75%. Já para 2024, as estimativas dos economistas consultados pelo BC foram mantidas em 4,18%, com a projeção na casa de 4%.
Para se ter ideia, a inflação acumulada no Brasil em 2022 ficou em 5,79%, acima do teto da meta determinado pelo governo federal.
SELIC
Já a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, amplamente criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve a estimativa mantida pelos economistas para este ano, de 12,75% ao ano. Para 2024, a projeção é a de que se mantenha nos 10% estimados ao ano.
O Copom (Comitê de Política Monetária), órgão ligado ao BC, manteve na última reunião a Selic em 13,75% ao ano. A taxa é o principal instrumento do BC com objetivo de controlar a inflação, e também usada para negociar títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional e, ainda, serve de referência para as demais taxas da economia.
PIB E DÓLAR
O PIB (Produto Interno Bruto) deve ter crescimento neste ano de 0,96%, informa o Boletim Focus desta segunda-feira (24), o que representa alta em relação à semana anterior, que apontava 0,90%. A previsão de crescimento serve também para 2024. A economia do País deve saltar de 1,4% para 1,41%. Em 2025, o Brasil deve crescer 1,70%, índice menor que o projetado na semana anterior de 1,72%. Para 2024 também houve recuo, de R$ 5,26 para R$ 5,25
Já o dólar teve a projeção para 2023 diminuída pelos economistas, caindo de R$ 5,24 na semana passada para R$ 5,20 nesta segunda-feira. Para 2024, a estimativa recuou de R$ 5,26 para R$ 5,25.
LULA
O governo federal trava verdadeira batalha com o BC na tentativa de baixar a taxa de juros no Brasil. Em viagem a Portugal para assinatura de acordos comerciais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar nesta segunda-feira a taxa de juros no Brasil, o que vem ocorrendo seguidamente. O órgão é independente
A Selic está há oito meses no mesmo patamar, de 13,75% ao ano, o maior percentual desde 2016. É considerada por especialistas a maior taxa de juros o mundo. O Banco Central, responsável por definir esse patamar, diz que os juros altos são necessários para controlar a inflação, mas enxerga riscos de aumento da inflação, o que indica que a queda da Selic não deve acontecer tão cedo.